Talvez não pudesse ser doutra maneira: primitivo e confessional. Mas é a maneira justa: Bob Dylan está de volta — cinco anos depois de Love and Theft, e já nove passados sobre Time Out of Mind —, com um álbum que o devolve às suas raízes mais puras, dispersas pela paisagem imensa do folk, sem evitar "desvios" mais ou menos perversos, incluindo, pontualmente, algumas breves e deliciosas conjugações jazzísticas. Que é como quem diz: Modern Times, 44º álbum de Dylan, 31º de estúdio, apresenta-se como uma deambulação fascinante pelos sons que lhe conferiram identidade e que, de modos muito diversos, ele soube reinventar e reinscrever na própria identidade da música popular dos EUA. São dez canções em tom de serena introspecção pessoal e interrogação colectiva, observando e amando a América, ainda e sempre como um labirinto de contradições à procura da sua geografia mitológica. Para que conste, no tema de abertura, Thunder on the Mountain, diz-se assim:
"Everybody going and I want to go, too
Don’t wanna take a chance with somebody new
I did all I could, I did it right there and then
I’ve already confessed – no need to confess again."
MAIL
"Everybody going and I want to go, too
Don’t wanna take a chance with somebody new
I did all I could, I did it right there and then
I’ve already confessed – no need to confess again."