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Dir-se-ia que estamos perante um sofisticado portfolio da Vogue: trata-se de criar uma espécie de imenso palco de aparências em que, para além das memórias da história, tudo se torna possível (incluindo a integração de canções dos Phoenix, New Order, The Cure, Aphex Twin, The Strokes, Kevin Shields, etc.). A liberdade de mobilizaçao das referências é interessante, mas instala um sentimento de arbitrariedade que contamina todo o filme. Incapaz de pensar/mostrar o exterior de Versalhes, o filme faz da história um compêndio mecânico para "justificar" uma deambulação pela superfície dos factos e das memórias. Não é um filme que nos revolte (antes fosse...). Apenas um objecto com dificuldade em convencer-nos de que foi gerado por alguma visão estruturada. Acontece aos melhores.
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