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O filme Odete, de João Pedro Rodrigues, es-treou-se em França, com assinalável impacto crí-tico. Por exemplo, no jornal "Le Monde" de 11 de Janeiro (dia da es-treia),Jean-François Rau-ger especula sobre o próprio conceito de história, tal como Odete o problematiza, subli-nhando que o filme de João Pedro Rodrigues "conjuga o retrato me-lodramático dos senti-mentos e a instalação de um dispositivo abstracto" que conduz à sequência final e à revelação derradeira da "experiência das personagens". Por sua vez, no site do canal de televisão Arte, Julien Welter celebra o "desejo de cinema" do filme e também a sua aposta moral: "'Odete' dá mostras de uma generosidade cuja sinceridade, nestes tempos de cinismo da eficácia em cinema, constitui a mais bela das audácias e apostas". No site do Arte podem ver-se, aliás, três entrevistas — com o realizador e os actores Ana Cristina de Oliveira e Nuno Gil — gravadas em Maio de 2005, em Cannes, quando da passagem de Odete na Quinzena dos Realizadores.Entretanto, e de acordo com elementos divulgados pelo distribuidor português do filme (Lusomundo), Odete já ultrapassou, entre nós, a barreira dos 10 mil espectadores — trata-se de um valor tanto mais interessante quanto estamos perante um lançamento de escala reduzida (10 salas), para mais num contexto de exibição dominado ainda pelos espectáculos típicos da quadra natalícia.