Depois de uma etapa de vivência muito pessoal dos prontuários glam rock entre 1972 e 73, ainda com Brian Eno a bordo, e de uma evidente inflexão rumo a um espaço art rock e a modelos de escrita mais acessíveis nos álbuns Stranded e Country Life, os Roxy Music chegam a 1975 sob clara orientação do timoneiro Bryan Ferry, entretanto feito crooner "geração de 70" através de álbuns de versões editados a solo desde 1973, nos quais lançou as primeiras bases de uma carreira em nome próprio. O crooner pop domina então a construção de um espaço mais eloquente e sofisticado no quinto (e magnífico) álbum, Siren, no qual uma produção mais polida e uma renovada postura arty definem um dos grandes momentos da discografia de 70. A antecipar o álbum editam Love Is The Drug, canção com evidente estrutura inspirada no emergente fenómeno disco e em modelos de ritmos e sopros escutados na América negra da época. Resultado imediato, o single representou o primeiro sucesso Top 40 para os Roxy Music na América e levantou pistas que o álbum depois elevava a patamares ainda mais inventivos em Both Ends Burning e Just Another High. No lado B, uma raridade demonstrativa da face mais experimentalista do grupo, com Ferry (farafisa) em devaneio abstracto por sons e texturas, em volta de um drone hipnótico.
ROXY MUSIC "Love Is The Drug" (EG, 1975)
Lado A: Love Is The Drug (Ferry/MacKay)
Lado B: Sultanesque (Ferry)
Posição mais alta no Reino Unido: 2. Nos EUA: 30
Editado em Portugal pela Phonogram
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