Nunca comparável ao pai, Frank, à sua voz ou dimensão artística, Nancy Sinatra foi fugaz fenómeno de sucesso pop entre 1966 e 68, afastando-se logo depois para uma vida familiar. Regressou anos mais tarde, numa segunda etapa menos mediática, ora vivendo dos louros da nostalgia, ora desafiando ou sendo desafiada por figuras da cena alternativa que a admiram, como Morrissey, os Sonic Youth ou Calexico, como se escutava no álbum do ano passado. Nancy Sinatra estreou-se em 1957 num programa televisivo do pai. Editou primeiros singles na editora… do pai. E estava prestes a ser dada como caso pedido quando, emparelhada com novo compositor (Lee Hazlewood) e novo arranjador (Billy Strange) acaba reinventada como cantora em regime pop-a-go-go, tom de voz mais baixo, melodias ireresistíveis, pose sexy. A primeira prova das potencialidades desta nova equação não deixaram dúvidas, quando These Boots Are Made For Walkin’ subiu aos primeiros lugares de ambos os lados do Atlântico. A canção abriu bases a uma colaboração longa e frutuosa com Hazlewood, que em Sinatra encontrou uma das suas vozes de eleição. É uma canção notável, com invejável capacidade de resistência ao tempo, com inúmeras versões assinadas por nomes tão distintos como os de Barry Adamson, Amanda Lear, The Supremes ou Boy GeorgeNANCY SINATRA "These Boots Are Made For Walkin'" (Reprise, 1966)
Lado A: These Boots Are Made For Walkin' (Hazlewood) + Run For Your Life (Lennon/McCartney)
Lado B: Day Tripper (Lennon/McCartney) + Lies (Randall/Charles)
Posição mais alta no Reino Unido: 1 Nos Estados Unidos: 1