Esta imagem (um quadro a óleo, de 1992, assinado por Justin Mortimer) é um dos retratos de Harold Pinter expostos em Londres, na National Portrait Gallery — a partir de hoje, poderemos acrescentar-lhe uma legenda: Prémio Nobel da Literatura de 2005.
Personalidade central na história do teatro britânico do século XX — autor de peças marcantes como The Birthday Party (1957), The Caretaker (1959), The Basement (1966), Betrayal (1978), Party Time (1991) ou Moonlight (1993) —, Pinter é também um nome indissociável da renovação do cinema inglês na década de 60. Os argumentos que escreveu para Joseph Losey — O Criado (1963), Acidente (1966) e O Mensageiro (1971) — são trabalhos exemplares na desmontagem da hipocrisia das relações sociais e, em particular, na avaliação do lugar da sexualidade no labirinto moral de tais relações. Entre outros, Pinter trabalhou ainda com Elia Kazan, para quem escreveu a adaptação do romance inacabado de F. Scott Fitzgerald, The Last Tycoon (O Grande Magnate, 1976), e Karel Reisz (A Amante do Tenente Francês, 1980).
Na página de entrada do seu site oficial, Pinter tem, actualmente, algumas palavras que proferiu, em 2002, no discurso da cerimónia de atribuição do grau de Companion of Honour da Rainha Isabel II: «Em 1958, escrevi o seguinte: 'Não há diferenças nítidas entre o que é real e o que é irreal, nem entre o que é verdadeiro e o que é falso: Uma coisa não é necessariamente verdadeira ou falsa; pode ser simultaneamente verdadeira e falsa.' Acredito que estas condiderações ainda fazem sentido, ainda se aplicando à exploração da realidade pela arte. Por isso, enquanto escritor, sou-lhes fiel, mas como cidadão não o posso ser. Como cidadão, devo perguntar: O que é verdadeiro? O que é falso?»
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Personalidade central na história do teatro britânico do século XX — autor de peças marcantes como The Birthday Party (1957), The Caretaker (1959), The Basement (1966), Betrayal (1978), Party Time (1991) ou Moonlight (1993) —, Pinter é também um nome indissociável da renovação do cinema inglês na década de 60. Os argumentos que escreveu para Joseph Losey — O Criado (1963), Acidente (1966) e O Mensageiro (1971) — são trabalhos exemplares na desmontagem da hipocrisia das relações sociais e, em particular, na avaliação do lugar da sexualidade no labirinto moral de tais relações. Entre outros, Pinter trabalhou ainda com Elia Kazan, para quem escreveu a adaptação do romance inacabado de F. Scott Fitzgerald, The Last Tycoon (O Grande Magnate, 1976), e Karel Reisz (A Amante do Tenente Francês, 1980).
Na página de entrada do seu site oficial, Pinter tem, actualmente, algumas palavras que proferiu, em 2002, no discurso da cerimónia de atribuição do grau de Companion of Honour da Rainha Isabel II: «Em 1958, escrevi o seguinte: 'Não há diferenças nítidas entre o que é real e o que é irreal, nem entre o que é verdadeiro e o que é falso: Uma coisa não é necessariamente verdadeira ou falsa; pode ser simultaneamente verdadeira e falsa.' Acredito que estas condiderações ainda fazem sentido, ainda se aplicando à exploração da realidade pela arte. Por isso, enquanto escritor, sou-lhes fiel, mas como cidadão não o posso ser. Como cidadão, devo perguntar: O que é verdadeiro? O que é falso?»