Está já publicada a autobiografia em que John Peel estava a trabalhar e que, pela sua inesperada morte, há cerca de um ano, no Perú, implicou trabalho adicional da sua viúva, Sheila Ravenscroft, que terminou o texto. O livro, Margrave Of The Marshes, que não terá certamente tradução para português, é uma colecção de memórias, desde os dias de escola à descoberta da rádio, primeiro em estações pirata, depois na BBC Radio 1, onde Peel se afirmou como um dos mais marcantes visionários, abrindo terreno a inúmeras carreiras que apadrinhou e lançou. Afinal, não essa uma das funções do profissional nesta área? Como poucos, manteve-se atento às sucessivas vagas de novidade, determinante nas descobertas do psicadelismo, glam rock, punk, new wave, som indie de 90, manifestações de redescoberta do punk em 90 e emergência das novas electrónicas. Só não se deu muito bem com metais e hipe hópes… O livro junta as histórias de paixão pela música pop com as de vida privada, estas últimas palco de um recente programa que tinha na Radio 4 da BBC, Home Truths, onde falava do seu dia a dia familiar em Peel Acres, a sua residência no campo (onde os Blur gravaram um EP ao vivo em meads de 90).
Ao mesmo tempo que é editado este livro, biografia de um dos mais determinantes radialistas da história da música pop, chega também ao mercado o álbum de tributo a John Peel que inclui, entre outras, gravações dos T-Rex, Pink Floyd, David Bowie, Jimi Hendrix, The Doors, Tim Buckley, Joy Division, The Fall, New Order, The Clash, Undertones, Blur, Pulp, Bell & Sebastian e muitos mais.
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