segunda-feira, setembro 26, 2005

Tele-regiões

No dia 26 de Setembro, do ano da graça de 2005, os canais generalistas da televisão portuguesa abriram os telejornais das 20h00 privilegiando dois temas: uma escaramuça nos corredores de uma câmara municipal por causa da reabertura de uma escola e uma explosão numa fábrica de pólvora. Ninguém irá menosprezar, nem a importância das condições práticas do ensino, nem os danos humanos e materiais provocados por um acidente brutal. Em todo o caso, importa perguntar: será que estar atento à diversidade e complexidade do mundo contemporâneo é escolher este tipo de hierarquia noticiosa? Mesmo sem discutir o tom dominante de muitas notícias (populistas, especulativas ou mesmo anedóticas), será que a actualidade do nosso planeta se confunde com este regionalismo serôdio, incapaz de ter uma atitude aberta e criativa à dinâmica social, política e cultural do dia a dia? Até porque, importa voltar a repeti-lo, para sectores quantitativamente muito significativos da população, a televisão é o único factor de informação. Mais ainda: o único elemento de formação.
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