![]() |
J.R. Robinson e Esther Shaw |
Experimentalismo? Sim, sem dúvida. Afinal de contas, vacilamos quando não encontramos alguma ou algumas palavras que nos ajudem a lidar com a nossa própria perplexidade. Assim é o trabalho de Wrekmeister Harmonies, a banda de Chicago ainda e empre entregue a enigmáticas viagens sonoras em que as matérias electrónicas se confundem com uma sensualidade ritualizada que escapa a qualquer "género" instituído — como se a música não desistisse de uma poesia que rima sempre com intransigência.
Flowers in the Spring, o novo álbum de J. R. Robinson e Esther Shaw (sendo Robinson o guru que, artisticamente, foi sobrevivendo a todos os acidentes de percurso), aí está como renovado exemplo de um fascinante paradoxo: a monumentalidade do projecto confunde-se com a procura de um minimalismo austero, tudo movendo-se como um animal vigilante apostado em desafiar a estabilidade de qualquer racionalização.
Na prática, temos um álbum de um pouco mais de 50 minutos, com apenas quatro temas, oscilando entre 10 e 20 minutos de duração — eis Fuck the Pigs.
>>> Instagram.