terça-feira, julho 23, 2024

Trump como marca

REUTERS / Elizabeth Frantz, Andrew Kelly, Marco Bello, Brian Snyder e Mike Segar

Como se mede a fidelidade de uma multidão a um líder?
Eis uma pergunta que vale a pena repetir face à moda, efémera, que marcou a Convenção Nacional do Partido Republicano, em Milwaukee: pensos na orelha direita, "duplicando" o modo como Donald Trump surgiu, cerca de 48 depois de ter sobrevivido a uma tentativa de assassinato.
Que fidelidade é esta? Estranhamente (ou talvez não), envolve uma pueril desdramatização da própria entidade que se homenageia. Como se Trump fosse um líder que se definisse, menos pelo sistema de ideias, mais pela iconografia que o seu corpo pode expor e, num certo sentido, sustentar. O que, em última instância, o desqualifica enquanto sujeito, aproximando-o da condição de uma marca — provavelmente, é esse novo poder político que Kamala Harris irá enfrentar.