domingo, outubro 23, 2022

As mulheres da Netflix

Nunca percebi porquê, mas cada vez que alguém chama a atenção para o défice informativo de algumas plataformas de streaming (sobre os filmes que difundem) há sempre vozes preconceituosas capazes de um protesto pueril: ... queriam, então, que as plataformas fossem institutos de produção de textos críticos?
De facto, a pergunta, de tão absurda, desmonta-se a si própria. Seja como for, o preconceito mantém-se e os desastres informativos também. Hoje mesmo, encontro na Netflix uma daquelas zonas temáticas (?) em que, além do triunfo da banalidade da escrita, se promove a mais absoluta arbitrariedade (des)informativa...
... que acontece, então? Numa proposta intitulada "Mulheres atrás das câmaras" encontramos Uma Vida Inacabada (2005), de Lasse Hallström, e A Raiz do Medo (1996), de Gregory Hoblit. Não creio que tal seja razão para Hallström e Hoblit se sentirem ofendidos — não se trata de lançar mais uma falasa polémica sobre "géneros" e "identidades". Resta apenas saber se na Netflix alguém já pensou o que implica escolher um filme, difundi-lo e, já agora, promovê-lo.