quarta-feira, julho 21, 2021

Crónica sobre a TAP

REMBRANDT
Auto-retrato, 1630

1. Como muitos outros passageiros da TAP, fui um dos afectados pela greve da Ground Force, não tendo podido regressar de Cannes (aeroporto de Nice) no voo do dia 18 (TP483) para o qual tinha bilhete.

2. Acabei por receber a comunicação de uma alternativa para o dia 19 (TP487), cerca de 30 horas mais tarde que o horário inicialmente previsto — em boa verdade, fui dos menos prejudicados.

3. Vários colegas jornalistas que tinham bilhetes para o mesmo voo do dia 18 receberam propostas (quando receberam) de alternativas completamente diferentes, uma delas para quinta-feira, dia 22, outra para uma semana mais tarde, no domingo, dia 25 — sem qualquer indicação sobre eventuais apoios a despesas para a permanência em França durante mais uma semana. Um desses colegas recebeu mesmo a sua proposta na terça-feira, dia 20, quando, tendo procurado alternativas de transporte, já se encontrava em Portugal.

4. Tudo isto reflecte, no mínimo, graves problemas de organização interna e, muito em particular, uma desastrada relação com os consumidores com bilhetes pagos.

5. A gravidade da situação adquire uma dimensão de trágico absurdo quando verificamos as condições em que foi efectuado o voo do dia 19 (em que regressei). Na verdade, o avião teria, no máximo, uma ocupação de 50%, havendo dezenas de lugares disponíveis. Daí uma pergunta muito básica: porque é que os outros passageiros que tinham bilhete para o dia 18 não foram encaminhados para o voo do dia 19?