A descoberta da Nova Vaga francesa foi o motor da sua imensa e multifacetada actividade teórica: o crítico, ensaísta e cineasta inglês Peter Wollen faleceu no dia 17 de Dezembro, na cidade de Haslemere, Surrey — contava 81 anos.
O livro Signs and Meaning in the Cinema, cuja primeira edição surgiu em 1969, é o objecto central do seu sistema de pensamento: ligando a herança teórica de Sergei Eisenstein aos estudos de semiologia do cinema na mesma época desenvolvidos em França por Christian Metz (1931-1993), Wollen sempre insistiu na necessidade de pensar o cinema como linguagem específica, fundamentando-se no trabalho de autores tão diversos como Jean-Luc Godard ou cineastas da vanguarda americana (o livro foi editado em Portugal pelos Livros Horizonte, com o título Signos e Significação no Cinema).
Com Laura Mulvey, com quem foi casado, dirigiu vários filmes, incluindo o documentário Frida Kahlo & Tina Modotti (1983) e a ficção científica Friendship's Death (1987), com Tilda Swinton e Bill Paterson. De qualquer modo, a sua contribuição mais famosa aconteceu na qualidade de co-argumentista de Profissão: Repórter (1975), de Michelangelo Antonioni, com Jack Nicholson e Maria Schneider (a autoria do argumento era partilhada com Mark Peploe e o próprio Antonioni). Entre os seus derradeiros livros, incluem-se Paris/Hollywood: Writings on Film (2002) e Paris/Manhattan: Writings on Art (2004).
>>> Trailer de Profissão: Repórter [DVD].
>>> Obituário em The Hollywood Reporter.
>>> Biografia no site do BFI.
>>> Depoimento de Tilda Swinton sobre Peter Wollen [IndieWire].