>>> Não há nas palavras e frases qualquer afinidade preestabelecida com os objectos, não há qualquer mistério de consonância com o mundo. Não há figura das coisas, apreensível ou ainda por revelar, que seja inerente às articulações (puramente arbitrárias) da sintaxe. Nenhum signo fonético, excepto a um nível rudimentar e estritamente falando pré-linguístico de imitação vocal (onomatopeia), tem qualquer relação de substância ou contiguidade com aquilo que convencional e temporariamente serve para designar. O marcador linguístico é tão "codificado" como o símbolo algébrico.
GEORGE STEINER
in Presenças Reais
Editorial Presença, 1993