quarta-feira, março 21, 2018

FACEBOOK: os "erros" de Mark Zuckerberg

Mark Zuckerberg
Depois de cinco dias de silêncio sobre a revelação do modo como a Cambridge Analytica utilizou 50 milhões de perfis de utilizadores do Facebook, Mark Zuckerberg veio pedir desculpa, ou melhor, reconhecer que a sua companhia cometeu "erros". O que não deixa de ser curioso no seu discurso [leia-se a notícia em The Guardian e veja-se, aqui em baixo, o seu esclarecedor video] é o facto de todo ele tentar encerrar-se em questões de natureza técnica, repelindo qualquer reflexão cultural sobre o Facebook. Mais exactamente: Zuckerberg não quer (ou não é capaz) de reconhecer que qualquer dispositivo técnico — para mais com a dimensão planetária que o seu negócio adquiriu — envolve sempre os modos de viver, pensar e comunicar dos cidadãos, quer dizer, os valores da sua existência. Numa palavra: a sua cultura.


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Chegamos, assim, a uma encruzilhada em que, mais do que nunca, importa encarar a dimensão "social" das redes virtuais para além de qualquer voluntarismo mais ou menos pueril. Permito-me, por isso, relembrar algumas hipóteses de reflexão dispersas pelos últimos anos:

— o conceito de "amigos" do Facebook [14 Dez. 2010];
— o endeusamento da informação [19 Jan. 2011];
— estar ou não estar no Facebook [26 Março 2011];
— que "sociedade" é esta? [03 Out. 2011];
— o Facebook segundo Marcelo Rebelo de Sousa [16 Set. 2012];
— o filme A Rede Social segundo Zuckerberg [14 Nov. 2014];
— o conceito de "like" [16 Set. 2015];
— os videos de 360º [24 Set. 2015];
— fontes de informação [25 Maio 2016];
— a gestão das imagens [09 Set. 2016];
— uma posição do New York Times [20 Nov. 2016];
— Zuckerberg & Trump [28 Nov. 2016];
— a nova ideologia "social" [01 Maio 2017];
— a promoção do conflito [10 Dez. 2017].