sexta-feira, janeiro 05, 2018

Peggy Cummins (1925 - 2017)

Encarnação clássica do conceito de femme fatale no cinema de Hollywood, a actriz galesa Peggy Cummins faleceu no dia 29 de Dezembro, em Londres — contava 92 anos.
Da experiência dos palcos londrinos, em finais da década de 30, até algumas comédias britânicas pouco relevantes no começo dos anos 60, Peggy Cummins ficaria, sobretudo, como um dos símbolos genuínos da idade de ouro dos estúdios dos EUA. Foi, aliás, convocada para Hollywood através de produtor Darryl F. Zanuck que nela pressentiu as qualidades ideais para protagonizar Forever Amber, adaptação do romance de Kathleen Winsor a ser dirigida por Otto Preminger — o filme fez-se, em 1947, mas com... Linda Darnell. Em qualquer caso, Cummins conquistaria um lugar de destaque na história e na mitologia da época através do seu papel em Gun Crazy (1950), de Joseph H. Lewis, contracenando com John Dall: típico empreendimento de "série B", a história rocambolesca e trágica de um par assaltante de bancos, além de muitas vezes apontada como uma espécie de "pré-Bonnie e Clyde", viria a adquirir estatuto de objecto de culto, nomeadamente através do reconhecimento de alguns autores da Nova Vaga francesa (no mercado português, o filme ficou conhecido como Mortalmente Perigosa).
De novo em Inglaterra, Night of the Demon/A Noite do Demónio (1957), momento emblemático do terror dos anos 50, dirigido por Jacques Tourneur, ficaria como outra referência importante na sua filmografia (lançado nos EUA como Curse of the Demon). Em meados da década de 60, algumas participações televisivas encerraram a sua carreira — dedicou-se, depois, a acções humanitárias, em particular numa instituição de Sussex para crianças com paralisia cerebral.

>>> Notícia do falecimento de Peggy Cummings por The Hollywood Reporter + plano-sequência do assalto ao banco em Gun Crazy + trailer de Curse of the Demon.






>>> Obituário em The Guardian.