A apresentação de Blade Runner 2049 (estreia quinta-feira, dia 5) pode ser feita de modo eminentemente político. Ou seja: estamos muito longe da retórica repetida e repetitiva dos espectáculos dominantes da Marvel, cada vez mais apoiados na ostentação de uma tecnologia ruidosa e gratuita. Denis Villeneuve realizou uma verdadeira sequela do original de Ridley Scott (Blade Runner, 1982), não o copiando, antes sabendo prolongar a sua drástica interrogação técnica e filosófica das fronteiras entre humanos e replicantes.
De vez em quando, o cinema, apesar de parasitado por um marketing sem memória nem gosto pela complexidade temática e formal que o entertainment pode envolver, ainda consegue gerar verdadeiros acontecimentos — Blade Runner 2049 é um deles.
De vez em quando, o cinema, apesar de parasitado por um marketing sem memória nem gosto pela complexidade temática e formal que o entertainment pode envolver, ainda consegue gerar verdadeiros acontecimentos — Blade Runner 2049 é um deles.