de Jonathan Demme
[DN, 31-08-2017]
O ruído mediático pode estar a privilegiar filmes (ditos) de acção com estatuto de agressivo “blockbuster” ou triste “divertimento”... O certo é que alguns dos grandes acontecimentos deste Verão passam pela música: primeiro, através da reposição de dois títulos clássicos de Jacques Demy (Os Chapéus de Chuva de Cherburgo e As Donzelas de Rochefort); agora, com o regresso de Stop Making Sense, registo tão simples quanto sofisticado dos Talking Heads em palco, em finais de 1983, quando estavam a lançar o seu quinto álbum de estúdio, Speaking in Tongues. Objecto essencial na história multifacetada dos “filmes-concerto”, este é também um exemplo esclarecedor da versatilidade de Jonathan Demme, artesão de todos os géneros que, mais tarde, em 1991, entraria para a lenda cinéfila graças a O Silêncio dos Inocentes.