27 Março 1995 — melhor actor secundário, em ED WOOD |
Célebre pelas composições de invulgares personagens secundárias, a sua carreira repartiu-se entre cinema e televisão: o actor americano Martin Landau faleceu no dia 15 de Julho, no Ronald Reagan UCLA Medical Center em Westwood, California — contava 89 anos.
Integrou a geração do Actors Studio a que também pertencia James Dean (1931-1955). O certo é que o seu modo interiorizado de representar nunca foi estranho a um rigor de pose e gesto a fazer lembrar a mecânica de algum burlesco — Charlie Chaplin era, aliás, uma das suas maiores inspirações. Depois de passar pela Broadway, teve o primeiro papel significativo em Intriga Internacional (1959), de Alfred Hitchcock, surgindo depois em grandes produções da época como Cleópatra (1963), de Joseph L. Mankiewicz, e A Maior História de Todos os Tempos (1965), de George Stevens. A série Missão Impossível (1966-69) transformou-o numa estrela televisiva [genérico].
Continuou a surgir regularmente no pequeno ecrã, nomeadamente no telefilme Paul Savage (1973), dirigido por Steven Spielberg, e na série Espaço: 1999 (1975-77), sendo ao mesmo tempo reconhecido como um impecável secundário, capaz de transfigurações tão discretas quanto intensas. Entre as dezenas de títulos da sua filmografia, podemos citar os exemplos emblemáticos de Nevada Smith (1966), de Henry Hathaway, Meteoro (1979), de Ronald Neame, Tucker (1988), de Francis Ford Coppola, Crimes e Escapadelas (1989), de Woody Allen, ou Ed Wood (1994), de Tim Burton, neste caso interpretando Bela Lugosi e arrebatando o Oscar de melhor actor secundário [cena com Johnny Depp]. O Número (2015), de Atom Egoyan, foi um dos derradeiros filmes em que participou.
>>> Obituário no New York Times.