Talentoso actor secundário do cinema americano, John Heard faleceu no dia 21 de Julho, em Palo Alto, California, na sequência de uma operação às costas — contava 72 anos.
Ironia cruel, sem dúvida: os obituários de John Heard insistiram em destacar o seu papel de pai nos filmes da série Sozinho em Casa, desvalorizando implicitamente uma carreira de quatro décadas e mais de 150 títulos. Com um importante background teatral — prémio de revelação em 1977, graças à sua composição na peça de David Berry, G.R. Point, sobre a guerra do Vietname —, foi um dos mais talentosos novos rostos de Hollywood nos anos 70/80, começando por se distinguir no magnífico e muito esquecido Heart Beat/Um Bater de Corações (1980), de John Byrum, uma evocação da Beat Generation em que interpretava a personagem de Jack Kerouac, contracenando com Nick Nolte e Sissy Spacek.
Vimo-lo depois em Cutter's Way/À Maneira de Cutter (1981), drama policial de culto assinado por Ivan Passer, e Cat People/A Felina (1982), remake do clássico de terror com Nastassja Kinski no papel central e realização de Paul Schrader. Como outros actores da sua geração, foi sendo de alguma maneira compelido a cruzar cada vez mais cinema e televisão, embora tenha participado, em papéis mais ou menos importantes, em filmes como Nova Iorque Fora de Horas (Martin Scorsese, 1985), Regresso a Bountiful (Peter Masterson, 1985), e O Segredo de Milagro (Robert Redford, 1988).
Com a comédia Big (Penny Marshall, 1988), contracenando com Tom Hanks, teria um dos seus momentos de maior sucesso, embora isso não se tivesse reflectido necessariamente nas hipóteses de escolha que se seguiram. Para além das duas presenças em Sozinho em Casa (1990 e 1992), surgiu, por exemplo, em Despertares (Penny Marshall, 1990), Na Linha de Fogo (Wolfgang Petersen, 1993), Dossier Pelicano (Alan J. Pakula, 1993) e Os Olhos da Serpente (Brian De Palma, 1998). Em 1999, a sua participação na série Os Sopranos valeu-lhe uma nomeação para o Emmy de melhor actor convidado.
>>> Obituário no New York Times.
Com a comédia Big (Penny Marshall, 1988), contracenando com Tom Hanks, teria um dos seus momentos de maior sucesso, embora isso não se tivesse reflectido necessariamente nas hipóteses de escolha que se seguiram. Para além das duas presenças em Sozinho em Casa (1990 e 1992), surgiu, por exemplo, em Despertares (Penny Marshall, 1990), Na Linha de Fogo (Wolfgang Petersen, 1993), Dossier Pelicano (Alan J. Pakula, 1993) e Os Olhos da Serpente (Brian De Palma, 1998). Em 1999, a sua participação na série Os Sopranos valeu-lhe uma nomeação para o Emmy de melhor actor convidado.