FOTO: JL |
Diane Kruger num dos ecrãs do Palácio dos Festivais (durante uma entrevista sobre Aus dem Nichts, de Fatih Akin). A sala grande (Lumière) fica para a esquerda da vidraça; o ecrã está colocado na varanda da sala de imprensa; em cima, a dança de Claudia Cardinale tutela a manhã, ainda nublada, de Cannes. Talvez que o festival seja também (seja mesmo sobretudo) esta paisagem cubista em que a sobrecarga de informações visuais gera um acontecimento, antes mesmo de celebrar os filmes (porventura, em alguns casos, ignorando-os). O certo é que Cannes consegue preservar este sentimento de que o cinema pertence a uma paisagem específica, insubstituível, em que o maravilhamento ainda é possível. Será mesmo um sentimento? Ou uma ideologia? Poderá a cinefilia ser a derradeira ideologia a acreditar na inocência?
[ SOUND + VISION / METROPOLIS ]