Personalidade exemplar do universo do fado, discreto e versátil, sempre genuíno, foi cantor, guitarrista e divulgador: José Pracana faleceu no dia 26 de Dezembro, vítima de doença prolongada, na ilha de São Miguel nos Açores, de onde era natural — contava 70 anos.
As suas qualidades na guitarra fizeram com que, ao longo dos anos, acompanhasse, entre muitos outros, Amália Rodrigues, Alfredo Marceneiro, Manuel de Almeida, João Ferreira Rosa e João Braga, de algum modo secundarizando os seus dotes vocais [video: Lendas das Rosas]. Com uma grande carreira internacional, participou em diversos programas televisivos, incluindo Zip-Zip (1969), Curto-Circuito (1970) e Noites de Gala (1987); como autor, sempre na RTP, concebeu as séries Vamos aos Fados (1976) e Silêncio que se Vai Contar o Fado (1992). Trabalhou na edição discográfica "Biografias do Fado" (1994-98), da EMI/Valentim de Carvalho, organizando, a partir dos estúdios Abbey Road, em Londres, a remasterização digital de discos de 78 rpm. Em 2005, recebeu o prémio Amália Rodrigues na categoria de Fado Amador.
>>> Obituário no Diário de Notícias.