sábado, abril 16, 2016

Beatles em Record Store Day

Em momento de celebração do vinil — com o Record Store Day a surgir como um acontecimento global — eis uma breve memória dos clássicos discos negros, neste caso com uma maçã (em duas poses diferentes) no seu centro. Para além da excelência musical, o célebre "The White Album", dos Beatles, lançado a 22 de Novembro de 1968, distingue-se por essa ironia de... nunca se ter chamado assim. Tem uma capa branca, é verdade, que se abre como um livro, integrando dois LPs (com um total de 30 canções), mas chama-se apenas... The Beatles (gravado em relevo na frente da capa).
Se Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (1967) tinha sido pioneiro na definição do modelo de "álbum conceptual", este duplo pode ser visto/ouvido como a plena consagração da sua lógica. Ironicamente, não se pode dizer que tão admirável objecto se tenha inscrito na história da música popular como um gerador de hits (talvez apenas com a excepção de Ob-La-Di, Ob-La-Da, uma composição de Paul McCartney, embora assinada também por John Lennon, pela qual este, rezam as crónicas, não tinha grande estima) — a mais recente antologia de sucessos dos Beatles, 1 (CD + DVD ou Blu-ray), não integra nenhuma das suas faixas. O certo é que o "Álbum Branco" inclui, entre outros temas: o emblemático Back in the U.S.S.R.; uma das mais belas baladas de George Harrison, While My Guitar Gently Weeps; o insólito vanguardismo de Happiness Is a Warm Gun; o magoado romantismo de I Will; e, claro, o experimentalismo de Revolution (repartido por dois momentos, Revolution 1 e Revolution 9).

>>> Três memórias de "The White Album":
1. Revolution, pelos Beatles, com direcção de Michael Lindsay-Hogg, realizador do filme Let It Be (1970).
2. While My Guitar Gently Weeps, por George Harrison, no concerto The Prince's Trust, em 1987; acompanham-no Eric Clapton (guitarra), Jeff Lyne (guitarra), Phil Collins (bateria), Ringo Starr (bateria), Ray Cooper (percussão), Mark King (baixo), Elton John (piano) e Jools Holland (piano).
3. Ob-La-Di, Ob-La-Da, por Paul McCartney, em concerto em São Paulo, no dia 21 de Novembro de 2010.