FOTO: Sergiusz Peczek / New York Times |
Cineasta polaco fascinado pelas fronteiras do comportamento humano, Andrzej Zulawski faleceu no dia 17 de Fevereiro, em Varsóvia, vítima de cancro — contava 75 anos.
Depois de estudar cinema em França, Zulawski regressou à Polónia para trabalhar como assistente de Andrzej Wajda, em Samson (1961). Logo com os seus primeiros títulos como realizador, Trzecia Czesc Nocy (1971) e Diabel (1972), foi proibido pelas autoridades comunistas, acabando por se exilar em França. O Importante é Amar (1975), com a prodigiosa Romy Schneider, surgiria como o contundente manifesto da sua visão do mundo: uma deambulação pelos enigmas do desejo e da pulsão amorosa, de acordo com uma lógica em que real e surreal se contaminam de modo exuberante. As suas personagens femininas simbolizaram tal démarche, tendo proporcionado extraordinárias performances a Isabelle Adjani (Possessão, 1981), Valérie Kapriski (A Mulher Pública, 1984) ou Sophie Marceau (A Raiva do Amor, 1985), com quem manteve uma relação de dezasseis anos, terminada em 2001.
Ausente das salas escuras desde A Fidelidade (2000), com Sophie Marceau, reaparecera recentemente através de uma produção de Paulo Branco, Cosmos (2015), que lhe valeu um prémio de realização no Festival de Locarno. Também com o produtor português, estava a preparar, nos Açores, Os Trabalhadores do Mar, segundo Victor Hugo.
>>> Trailer de O Importante É Amar.
>>> Obituário no New York Times.
>>> Site dedicado a Andrzej Zulawski.