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| GOYA Saturno Devorando o Seu Filho (detalhe) 1823 |
1. Não sei se o leitor sente o mesmo impulso, mas começo a pensar seriamente na possibilidade de expor publicamente os abusos que, em nome da "livre circulação" na Internet, se fazem com algumas newsletters...
2. Em nome de que transparência devo ter a minha caixa de correio saturada de newsletters sobre espectáculos de vão de escada ou uns quaisquer frutos cobertos de chocolate que se podem encomendar directamente ao fornecedor?... Não solicitei qualquer informação de tais fontes, não me inscrevi em nenhuma das suas plataformas...
3. O caso mais recente deixou-me profundamente indignado.
4. Assim, perante as informações relacionadas com mais um espectáculo multimedia (vivemos mesmo no tempo em que "multimedia" quase se tornou o equivalente de falta de ideias), algures num sítio muito "in" (para nossa maior desgraça, tudo o que envolva consumo de bebidas alcoólicas é mesmo o que se apresenta como espelho de uma cultura viva e inventiva), tentei anular a subscrição da newsletter em que tais informações vinham incluídas.
5. Comecei por fazer click na pergunta habitual (e salutar, acrescente-se): "Why did I get this?" (tudo indica que a maior parte dos agentes especializados na Internet não sabe falar português). A resposta veio de imediato: "porque experimentou [uma determinada plataforma de informações]"... Acontece que nem sabia da existência de tal entidade!
6. Enfim, passei à frente e dirige-me à hipótese adequada: "Enter your email address to unsubscribe from...".
7. Ao fazê-lo, isto é, ao tentar retirar a minha inscrição numa newsletter (na qual me dizem que estou inscrito), recebo nova informação, esclarecendo que o meu mail "is not subscribed to..." a tal plataforma.
8. Decididamente, alguém anda a divertir-se à custa da tolerância informática de todos nós.
9. O passo seguinte será expor publicamente os nomes das entidades que assim procedem.