quarta-feira, novembro 11, 2015

Em conversa com Jean Michel Jarre


A propósito da edição do primeiro volume do projeto Electronica, falei uma vez mais com o francês Jean Michel Jarre com quem tinha já conversado em outras ocasiões. Entre várias reflexões disse-me:

"Quando comecei a fazer música electrónica não havia mais ninguém a fazê-la em França e quase ninguém na Alemanha. Foi muito antes da Internet e não tínhamos contacto real uns entre os outros. Íamos trabalhando em laboratórios e estúdios. Lembro-me de, quando peguei pela primeira vez no Autobahn, dos Kraftwerk, ter achado que seriam uma banda californiana a cantar em alemão… Pensava que eram uns Beach Boys techno… Parecia-me até uma coisa bem cool, a ideia de uma banda americana a cantar em alemão… É claro que acabei por saber que eram afinal alemães, mas a verdade é que estávamos muito afastados. Nessa altura os alemães estavam a abordar a música electrónica de uma forma mais robótica e fria. Eu tinha uma abordagem mais impressionista. Seria uma coisa mais latina ou mesmo francesa, com uma valorização da melodia e com heranças de Ravel, Debussy, Satie… Mais aquelas influências da arquitetura e do cinema francês e mesmo da pintura dos impressionistas. O facto de procurar criar paisagens sonoras, de optar por abordagens mais orgânicas na criação dos sons, das frequências, das ondas… Abordagens mais tácteis…"

Podem ler a entrevista completa na Máquina de Escrever