Na discografia dos Rolling Stones, Sticky Fingers, lançado em Abril de 1971, situa-se num tempo de admirável, contínua e dramática sofisticação criativa. Antes, está Let It Bleed (1969), monumento que abre com Gimme Shelter, parecendo condensar uma década da banda e da própria história do rock'n'roll — Brian Jones (1942-1969) ainda participou nas respectivas gravações, enquanto Mick Taylor surgiu pela primeira vez integrado na banda. Depois, surgiria essa celebração quase religiosa da herança do blues que dá pelo nome de Exile on Main St. (1972). Com a sua lendária capa assinada por Andy Warhol, Sticky Fingers expõe uma desarmada lista de personagens e experiências, algures entre a euforia e as mais angustiadas ressacas, de alguma maneira definindo o tom da nova década dos Stones que, valerá a pena recordá-lo, desembocaria no emblemático Emotional Rescue (1980).
Não será por acaso que a reedição de Sticky Fingers — desde já um dos grandes acontecimentos do mercado discográfico em 2015 (ponto de partida da digressão ZIP CODE) —, se apresenta com uma espectacular proliferação de ofertas, desde as takes alternativas até à recuperação de algumas brilhantíssimas performances ao vivo. Eis um exemplo modelar de um dos temas do álbum (neste caso, retirado de uma outra edição, The Marquee - Live in 1971, a sair brevemente): Dead Flowers, num concerto de 1971 no Marquee Club, em Londres — atenção, em particular, a Mick Taylor na guitarra.
* STICKY FINGERS (1971 / 2015)
1. Brown Sugar
2. Sway
3. Wild Horses
4. Can't You Hear Me Knocking
5. You Gotta Move
6. Bitch
7. I Got the Blues
8. Sister Morphine
9. Dead Flowers
10. Moonlight Mile