sexta-feira, maio 29, 2015

Madonna, Jane Fonda & etc.

Assim vão os tempos: aos 56 anos, Madonna suscita as censuras dos puristas dos costumes que não aceitam que se possa "envelhecer", assim, nos espaços do entertainment; entretanto, Jane Fonda, no esplendor dos seus 77 anos, é um símbolo eterno do feminino... A própria, aliás, não deixa de ser sensível à paradoxal ironia: "Acho que é hilariante que, na minha idade, as pessoas me chamem um ícone da moda", desabafa ela numa interessantíssima conversa com Lynn Hirschberg, na edição de Junho/Julho da revista W, acompanhada de fotografias assinadas por Steven Meisel (fotógrafo de eleição de Madonna, hélas!, que com ela fez, por exemplo, o livro Sex). Em boa verdade, por certo de modos diferentes e a partir de trajectórias sem (quase) nada em comum, Fonda e Madonna são símbolos exemplares de uma mesma atitude individual e individualista: a não abdicação de contar a sua própria história.
Provavelmente, daqui a trinta anos, as actuais performances de Madonna serão celebradas como testemunhos incontornáveis de uma mudança essencial na percepção social do envelhecimento e também de uma reconversão simbólica do feminino (como agora acontece com as suas presenças iniciais na MTV, na altura reduzidas por quase todos a manifestações mais ou menos ridículas...). Ou como diria Jane Fonda: "Nos meus dias maus, digo para mim própria: 'Fonda, tu és resistente e nunca deixaste de tentar ser melhor.' É esse o meu mantra e salvou-me muitas, muitas vezes."
MADONNA
Foto de Mert Alas & Marcus Piggott, Vogue Paris (Fevereiro 2015)
JANE FONDA
Foto de Steven Meisel, W (Junho/Julho 2015)