O HOMEM DA CÂMARA DE FILMAR, Dziga Vertov (1929) |
Eis uma iniciativa que vale a pena celebrar: à semelhança do que já ocorre em alguns países europeus, nomeadamente França e Espanha, e com espectacular impacto, Portugal também vai ter a sua Festa do Cinema — serão três dias (11, 12 e 13 de Maio) em que vai ser possível ver cinema em todo o país pagando apenas 2,5 € por bilhete (metade do preço corrente).
Trata-se, obviamente, de tentar contrariar a baixa regular do número de espectadores, criando um acontecimento que vai envolver 499 salas, num total de 93.496 lugares [ver notícia no DN].
Escusado será dizer que esta baixa nunca será uma solução automática nem definitiva para todos os problemas que afectam o frágil mercado português, para mais numa conjuntura global em que as alternativas de acesso aos filmes (mesmo não considerando as de natureza ilegal) são cada vez mais diversificadas. Seja como for, a Festa do Cinema surge como um sinal positivo de conjugação de vontades, numa iniciativa da Associação Portuguesa de Empresas Cinematográficas (APEC), com o apoio da FEVIP - Associação Portuguesa de Defesa de Obras Audiovisuais, da GEDIPE - Associação para a Gestão de Direitos de Autor, Produtores e Editores e ainda do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA). Por uma vez, pode dizer-se que há sinais de uma estratégia conjunta de reflexão sobre uma questão fulcral. A saber: a relação com o espectador.