sábado, janeiro 17, 2015

E o ausente é... Clint Eastwood


Nada como termos por vezes tempo para pensar um pouco em ver de reagir a olhar para o relógio (ou nem por isso, imaginando que ele está no pulso e não temos sequer tempo para olhar para ele). Quinta feira foram reveladas as nomeações para os Oscars deste ano. Já se fez toda a artitmética. As nove nomeações (dose exagerada) para Birdman, de Alejandro González Iñarritu - que pode bem sair da noite de dia 22 de fevereiro como o grande vencedor - e outras tantas (mais merecidas) para o Grand Budapest Hotel, de Wes Anderson - que pode sair do teatro com o Oscar para Melhor Direção Artística, talvez mais um, e ficar a olhar para a diferença entre o que havia para ganhar e o que foi para outros...

Já nem peço que o Under The Skin, brilhante filme de Jonathan Glazer, ali esteja representado. Quem dera...

Mas há ausências que não se explicam. E a mais clamorosa de todas é talvez a de Clint Eastwood, com um trabalho de realização em Sniper Americano que suplanta em muito o (também magnífico, fique claro) Estado de Guerra de Kathryn Bigelow. Se sou dos que gostaram de O Jogo da Imitação - o filme divide muitas opiniões, o que é sempre bom - a verdade é que não se comparam o trabalho de escrita de argumento e de interpretação (de Cumberbatch e Keira Knightley) ao de um Morten Tyldum (realizador) apenas competente. Mas este está nomeado. E Clint Eastwood, por um filme onde o olhar do realizador é precisamente um dos valores acrescentados, está ausente.

Sniper Americano tem mais nomeações. Mas a categoria em que mais merecia vencer é precisamente aquela onde está ausente.

Bom, se nos lembrarmos que nem Hitchcock, nem Kubrick, nem Lynch, alguma vez foram ali distinguidos como realizadores, a coisa afinal é menos grave. Não é pelo Oscar que se diz quem é o melhor, pelos vistos.