quinta-feira, novembro 20, 2014

Jimmy Ruffin (1936-2014)


Morreu, aos 78 anos, uma das vozes da “família” Motown. Jimmy Ruffin nunca teve a dimensão dos maiores ícones do R&B do seu tempo, mas foi nome que cativou admiradores desde finais dos anos 60, a sua obra tendo cruzado gerações a ponto de, nos anos 80, ter sido chamado a colaborar em discos de bandas britânicas como os Style Council ou Heaven 17.

Preterido em favor do irmão mais novo numa altura em que havia uma vaga a preencher no line up dos Temptations, a Jimmy Ruffin não restou senão continuar a. viver uma carreira a solo que já condizia há algum tempo, até então sem sucesso. Gravava então na Soul, uma etiqueta subsidiaria da Tamla Motown. E foi com esse selo que, em 1966, chamou a si uma canção originalmente escrita para os The Spinners, transformando-a num êxito que transcendeu em muito os espaços da tabela de R&B, afirmando-se entre o Top 10 norte-americano e britânico, colocando assim o seu nome no mapa. A canção What Becomes of The Broken Hearted, ficou desde então registada na história pessoal de Jimmy Ruffin e, mesmo não sendo um dos clássicos maiores da soul de então, é peça importante na construção do seu percurso. A ela podemos juntar outros títulos como, por exemplo, I'll Say Forever My Love (1968), Farewell is a Lonely Sound (1970) ou It's Wonderful To Be Loved By You (1970).

A sua obra fez-se essencialmente a solo e, depois de uma etapa inicial menos visível na Soul, somou aí primeiros êxitos e teve, mais tarde, “upgrade” para o selo principal da Motown. Viveu o seu período discograficamente mais fértil entre 1966 e 1974, conhecendo um breve ressurgimento em 1980 numa canção escrita por elementos dos Bee Gees, pouco depois surgindo em Soul Deep dos Style Council (1984) ou The Foolish Thing To Do dos Heaven 17 (1986), na segunda metade dos anos 80 tendo ainda gravado duetos com vozes da soul como Ruby Turner ou Brenda Hollaway. 

Nos últimos anos tinha estado a preparar um álbum que chegou a ter lançamento pensado para 2013 mas que acabou por ficar por concluir.


Podem ver aqui imagens de uma atuação televisiva nos anos 60, ao som de What Becomes of The Broken Hearted.

Aqui podem ler o obituário publicado no New York Times
E aqui o obituário da Rolling Stone