quinta-feira, setembro 04, 2014

Novas edições:
Zoot Woman

“Star Climbing”
Embassy One
2 / 5

Na alvorada do século foram um pouco metidos à pressão no saco do eletroclash. Mas ao contrário dos Fischerspooner – a banda-pradigma do movimento -, que depois de um belo álbum de estreia resvalou para lá do limiar da inconsequência, um dos elementos dos Zoot Woman conheceu melhor sorte. Ele foi Stuart Price, que de resto já antes tinha uma discografia registada sob a designação Les Rythmes Digitales, que conheceu os melhores momentos da sua carreira na primeira década do milénio em trabalhos assinados na cadeira da produção, contando-se entre o seu mais importante feito o álbum Confessions on A Dance Floor, de Madonna. Ao contrário do que fizera ao assinar nos noventas como Les Rythmes Digitales, Stuart Price nunca desistiu dos Zoot Woman. E, depois de um álbum de estreia com alguns focos de interesse, manteve a banda ativa, nunca voltando a justificar quaisquer das novas edições motivos maiores de atenção. E cinco anos depois de Things Are What They Used To Be (2009) os Zoot Woman voltam a reunir, apresentando em Star Climbing uma tentativa de juntar algum tempero dançável contemporâneo à ementa retro, essencialmente feita de canções ensopadas em referencias a climas pop da primeira metade dos oitentas. Nada contra em juntar novos métodos de dança a ecos e memórias de outros tempos, como por exemplo tão bem o fez Lindstrom ao recuperar linhagens do space disco e hi-nrg. Mas mesmo perante fundos rítmicos que procurem rotas mais recentes e a solidez de uma competente abordagem sonora a referências dos tempos dos neo-românticos, a verdade é que falta aqui a força das ideias de composição. Há uma canção que se chama Chemistry. Ou seja, nem que por aí, a tal “química” até que pode lá estar. Mas falta dela partir para fazer canções que a façam reagir... Na verdade a coisa é meio inerte.