quarta-feira, agosto 27, 2014

Blonde Redhead — o gosto do mistério

Digamos que é tão misterioso, tão misteriosamente fascinante, como a sua capa [vale a pena fazer click na imagem e ver um pouco maior]: o nono álbum de estúdio dos novaiorquinos Blonde Redhead, de seu nome Barragán, apresenta-se como uma aventura pelas regiões primitivas de algum psicadelismo, ao mesmo tempo fiel à geometria austera de um rock de genuína liberdade poética — talvez ajude a situá-los o facto de há quase vinte anos terem tido um álbum de estreia, Blonde Redhead (1995), produzido por Steve Shelley, baterista dos Sonic Youth; além do mais, este Barragán contou com a experiência de Drew Brown que já trabalhou, entre outros, com Beck, Charlotte Gainsbourg e Radiohead.
Formados pela cantora de origem japonesa Kazu Makino e pelos gémeos Simone e Amedeo Pace, os Blonde Redhead são a prova real de que a nostalgia mais genuína é também, muito provavelmente, a mais futurista — a prova: os contrastes do delicado intimismo de The One I Love.