A. "Faltou-nos alguma felicidade", diz Paulo Bento no site da Federação Portuguesa de Futebol. E ficamos sem saber se Paulo Bento quer inventar mais uma qualquer "metafísica" futebolística ou se, pura e simplesmente, não vê o estado da equipa que, há quase quatro anos, é feita à imagem e semelhança dos seus conceitos de jogo.
B. Aliás, a sua candura é tal que vai ao ponto de transformar o desastre futebolístico que pudemos observar em patética derivação filosófica: "Tivemos grande dificuldade em controlar o flanco direito dos Estados Unidos. Tentámos alterar isso e, mesmo assim, não conseguimos controlar a movimentação do ala e do lateral." Viu-se... O problema não está na mediocridade do jogo jogado que, do meu ponto de vista, me parece apenas normal. O problema está em observarmos tudo isto, ao mesmo tempo que somos tratados como se não víssemos nem pensássemos — também para o futebol, é preciso construir uma cultura de pragmatismo, responsabilidade e respeito pelo espectador.
C. Perder não é grave, faz parte do jogo. O que é grave é este rol de especulações sobre a nossa prodigiosa (in)felicidade. Basta.