segunda-feira, maio 26, 2014

Novas edições:
Prins Thomas, Prins Thomas III

Prins Thomas 
“Prins Thomas III”
Full Pupp 
4 / 5 

Os músicos nunca gostam nem de rótulos nem que lhes fechem a música sob uma tabuleta com um nome. E ao editar um terceiro álbum a solo o norueguês Thomas Moen Hermansen, que muitos de nós conhecemos sobretudo pelo nome Prins Thomas, deixa claro que neste Prins Thomas III não há 'space disco', o sub-género que cruza heranças do disco, do krautrock e de alguns outros temperos eletrónicos que lhe deram visibilidade tanto como músico, DJ e produtor em nome próprio como nas aclamadas parcerias que foi assinando ao lado de Lindstrom. O novo álbum de Prins Thomas é na verdade, mais que um manifesto de género ou uma ideia apontada às dinâmicas da dança, uma coleção de temas que procuram antes um espaço cénico mais tranquilo. Não no patamar do muzak que se diuli na paisagem, mas antes uma coleção de elementos que desenham eles mesmos essas paisagens (ocasionalmente sob temperos que estabelecem ligações a outras culturas e geografias, mas sem disso fazer um mapa conceptual). Podemos aceitar a vontade do músico em não procurar aqui sinais e marcas do 'space disco' que o colocou no mapa das atenções. Mas não estamos muito longe desses domínios, as ferramentas e formas que emprega na verdade estabelecendo mais pontes de continuidade com a sua obra que lançando sugestões de mudança ou mesmo rutura. Ultrapassando os dilemas que os rótulos comportam, fica claro que temos aqui um belíssimo disco feito de relativamente plácidas cenografias eletrónicas, em Prince Thomas reconhecendo uma vez mais o talento que álbuns e máxis anteriores já nos tinham mostrado.