segunda-feira, fevereiro 24, 2014

Para ler: Óscares e aeroportos na 'Time'

É sempre recomendável a leitura da Time na semana que antecede os Óscares, até porque habitualmente a revista nos apresenta formas imaginativas de antecipar as premiações. Além das escolhas, o dossier Óscares deste ano junta um panorama sobre os candidatos a Melhor Filme, notando a presença dominante de histórias reais sobre a ficção entre os nove títulos que este ano estão a concurso. Há ainda um perfil de Lupita Nyong'o, a favorita à categoria de Melhor Atriz Secundária pelo seu desempenho em 12 Anos Escravo. A fechar o dossier há uma tabela que analisa, filme a filme, a presença de alguns elementos-chave como infidelidade, racismo, cowboys, nudez, flashback, voz off, murros na cara, narrativa não linear ou as presenças das cidades de Nova Iorque, Washington ou de uma pequena cidade... A análise percorre os nove candidatos a Melhor Filme deste ano e recorda os vencedores desde 1970.

Haverá aqui tendências? Histórias de infidelidade e de ciúme foram as mais frequentes. Médicos e polícias as profissões mais evidenciadas. Mais nudez feminina que masculina. Há muitos vencedores sem créditos na abertura dos filmes e flashbacks quanto baste... Nova Iorque bate Washinton aos pontos.

Apesar deste foco imperdível, o grande artigo desta edição da Time é o que lha dá a capa: um olhar de bastidores sobre o sistema que hoje gere os cancelamentos de vôos em aeroportos norte-americanos. Este janeiro viu números recorde de cancelamentos, sobretudo devido a condições meteorológicas adversas. O que dita então um cancelamento, num mapa de acontecimentos de vôos com ligações, não apenas para tripulantes como para as tripulações (que precisam de estar neste ou naquele aeroporto a hora tal para assegurar outros vôos)... Quem tem prioridade sobre quem na hora de escolher qual ou quais os vôos que é preciso cancelar? O artigo mostra a rede de informações e profissionais que tomam as decisões. Vôos internacionais são prioritários sobre os domédticos. Grandes aeroportos mostram hipóteses de remarcação mais fáceis. E quem está mais sujeito a sofrer cancelamentos: o passageiro ou o tripulante. Vale mesmo a pena ler.