terça-feira, dezembro 03, 2013

Novas edições:
The Killers, Direct Hits

The Killers
“Direct Hits”
Virgin
2 / 5 

Ao começo até que era uma boa ideia. Os The Killers cruzavam-se uma atitude pop/rock de peito cheio com ecos de memórias pós-punk dos oitentas. Nasciam canções pop conduzidas pela força das guitarras, acompanhadas pelas cores acrescentadas pelos sintetizadores, com a voz pouco dada a travões de Brandon Flowers e um evidente gosto por uma música que gosta de trepar, trepar e trepar mais ainda... Coisa de piscar olho a encantamentos pelo épico... Não foi por isso de estranhar que, em poucos anos, uma banda nascida em Las Vegas tivesse passado dos palcos dos pequenos clubes para a dimensão dos estádios. Direct Hits procura resumir dez anos de história num alinhamento 'greatest hits' que é arrumado cronologicamente, claramente valorizando a presença de singles extraídos do álbum de estreia Hot Fuss (editado em 2004) a quem coube uma representação de quatro canções, aos seguintes Sam's Town (2006), Day & Age (2008) e Battle Born (2012) sendo atribuídas três presenças por cada disco. Quer isto dizer que ficaram temas de fora. E de facto sente-se a falta de canções como Bones ou, mais ainda, Tramquilize, onde colaborou Lou Reed, assim como da importante relação com os espaços do Natal a que o grupo tem reagido ano após ano, com a edição de canções específicas para a quadra em lançamentos no formato de single. De novo o alinhamento acrescenta os inéditos Shot at the Night e Just Another Girl, respetivamente produzidos pelos M83 e Stuart Price, na verdade nenhum destes dois temas mudando muito ao que antes se escuta. Agora, na hora de escutar a obra de fio a pavio (na representação que aqui se exibe) fica claro que, apesar dos ligeiros desvios para caminhos mais classic rock (ler escola Springsteen) por alturas de Sam's Town (que, reconheço hoje, é o último episódio interessante da sua obra), o grupo há muito que se entregou a um registo em piloto-automático do qual emerge um som cansativo, cheio, intenso, mas que na verdade não parece ter muito mais para nos dizer... Já agora, como se faz “o melhor” de um grupo e se deixa de fora o que de melhor já editaram: uma remistura dos Pet Shop Boys para Read My Mind?...