domingo, setembro 15, 2013

Marilyn Monroe em 8mm

Podia ser a invenção inverosímil de um argumentista romântico... Mas é um facto, misto de objectividade e magia, atestado pela verdade das imagens: em 1955, em Nova Iorque, Peter Mangone, um rapaz de 14 anos do Bronx, munido da sua câmara de 8mm, filmou Marilyn Monroe nas ruas de Manhattan, na companhia do fotógrafo Milton H. Greene e do estilista Georgio Nardiello.
O encontro dos dois — ele um admirador que achou por bem usar a sua gravata para a esperar à porta do Gladstone Hotel, ela a estrela a viver momentos felizes de quase anónima deambulação — possui o encanto de uma pequena fábula utópica (contada pela revista Time, num artigo em que, por lapso, o título refere o formato 16mm). E tanto mais quanto a recuperação do pequeno filme (cinco minutos e meio, 9212 fotogramas) envolveu os descendentes de Greene e Mangone (falecido em 2012), desembocando numa exposição na Danziger Gallery e na edição do livro Marilyn Monroe: NYC, 1955.
Quer isto dizer que os movimentos de Marilyn estão agora fixados, literalmente, em imagens que nos ensinam a compreender o cinema como um fluxo que, por vezes, apela à quietude da eternidade.