quarta-feira, junho 12, 2013

Novas edições:
Future Bible Heroes, Partygoing

Future Bible Heroes
“Partygoing”
Merge Records
3 / 5

Dividido entre os seus vários projetos, que não são exatamente coisas de alter ego mas que têm cada qual a sua lógica própria, Stephin Merritt faz suceder ao melhor álbum de Magnetic Fields em alguns anos (Songs From The Bottom of The Sea, de 2012) um novo álbum com os Future Bible Heroes, banda “parelala” com a qual não gravava há já onze anos. Definidos como uma parceria autoral entre Stephin Merritt e Chris Ewin, contando com a presença de Claudia Gonson (também dos Magnetic Fields) nas suas fileiras, os Future Bible Heroes apresentam em Partygoing aquele que é o seu terceiro álbum de originais, sucedendo assim a Memories of Love (1997) e I’m Lonely (and I Love It) (2000) representando um episódio de natural continuidade face a uma obra essencialmente assente sobre uma lógica pop essencialmente desenhada por electrónicas. Se plasticamente o novo disco assinala em vários momentos um encontro com ecos de sonoridades que convocam memórias dos teclados analógicos de inícios dos ano 80 e se na composição se mantém um registo fortemente dominado por uma personalidade que Merritt projeta sobre a sua obra (seja em que frente de trabalho esteja), o novo Partygoing brilha em primeiro lugar pela capacidade em saber comentar os factos e hábitos do nosso sem perder o apelo de luminosidade pop que sempre caracterizou os discos dos Future Bible Heroes. Mas, como é também característica entre a discografia de Stephin Merritt, convém dizer o que as vozes nos cantam. E, mesmo celebrando no título a cultura da “festa” (e do clima bem humorado que domina as canções, até mesmo com uma breve paródia a David Bowie em Drink Nothing But Champagne), Partygoing é um disco que reflete sobretudo sobre o envelhecimento e observações sobre o passar do tempo, tecendo alguns olhares críticos sobre o presente como, por exemplo quando em Keep Your Children In a Coma não deixa de comentar a forma como muitos hoje não cantam sequer sem a “ajuda” de um computador... Relativamente, diverso nas formas e cores, bem disposto e inteligente e é uma das mais agradáveis entre as mais recentes coleções de canções de Stephin Merritt e companhia.