segunda-feira, março 11, 2013

Novas edições:
How To Destroy Angels?, Welcome Oblivion

How To Destroy Angels 
“Welcome Oblivion” 
Sony Music 
3 / 5 

Depois de uma série de edições de menor duração, é já sob a notícia de uma reativação dos Nine Inch Nails que nos chega o álbum de estreia do coletivo How To Destroy Angels, que Trent Reznor criou na companhia da sua mulher, Mariqueen Maandig e do seu colaborador habitual Atticus Ross (produtor dos mais recentes discos dos NIN e co-autor de bandas sonoras). Centrado num processo de construção com as electrónicas como ferramenta fulcral, o álbum aproxima-se mais dos climas que Reznor e Ross têm percorrido no seu trabalho recente para cinema (sobretudo ao lado de David Fincher), traduzindo ainda alguns dos instantes do disco – como o magnífico Hallowed Ground, que encerra o alinhamento – ecos das faces mais suaves de The Fragile, o álbum monumental que os NIN editaram, em 1999. Mais densa que intensa, a música sempre contida e texturalmente detalhada que escutamos em Welcome Oblivion caminha entre os espaços e formas da canção e terrenos formalmente mais livres, abrindo ocasionalmente horizontes a um trabalho instrumental que traduz evidentemente ecos de uma visão cinematográfica que escutámos, sobretudo, no magnífico The Social Network. A voz sussurrante de Mariqueen, à qual ocasionalmente se junta a de Trent Reznor, ajuda a moldar canções, da mais vibrante e desafiante experiência que encontramos em Keep It Together à abordagem a modelos mais “convencionais” da qual emerge How Long. Contudo, e apesar das potencialidades de todos os elementos (e ingredientes) envolvidos, Welcome Oblivion nunca surpreende ou arrebata como o fizeram já os melhores discos dos Nine Inch Nails ou as recentes experiências de Reznor e Ross no cinema. Mesmo assim este é, fora os discos com as suas recentes bandas sonoras, o melhor álbum que Reznor nos dá desde The Fragile.