sexta-feira, novembro 16, 2012

Reedições:
The Velvet Undreground,
The Velvet Undreground & Nico


The Velvet Undreground 
“The Velvet Undreground + Nico” 
Universal 
5 / 5 (álbum) 3 / 5 (extras)

Celebram-se em 2012 os 45 anos de Velvet Undreground and Nico, o álbum de estreia dos Velvet Undreground e o disco que podemos entender como aquele que abriu um espaço diferente no panorama musical da sua época estabelecendo princípios fundamentais daquilo que, algum tempo depois, acabaria reconhecido como “música alternativa”. É atribuída a Brian Eno uma afirmação que dá conta da influência invulgar e marcante que este disco teve no seu tempo, ao afirmar que “poucos foram os que, na época, terão comprado o álbum, mas raros entre esses milhares de compradores foram os que não formaram, logo depois, uma banda”... Juntavam-se aqui experiências e visões distintas sob um tecto comum. Das vivências pop que Lou Reed conhecera anos antes aos caminhos mais próximos da música de vanguarda pelos quais John Cale tinha já passado, juntando ainda as personalidades de Sterling Morrrison e Moe Tucker, para o álbum de estreia contando a banda com a contribuição – pouco pacífuca, mas convenhamos que determinante – da voz de Nico. Tudo isto sob a visão de Andy Warhol, na verdade o produtor que pouco agiu sobre a música senão dando-lhes ingulgar sentido de liberdade, ao mesmo tempo concedendo-lhes uma “caução” junto do mundo das “artes” e visibilidade mediática, assim como uma capa icónica, uma das mais célebres da história dos discos. O álbum de estreia, que editaram em 1967, mostrava-os diferentes entre os diferentes, aliando a sensibilidade “de rua” das palavras cruas de Lou Reed (falando de drogas, de dealers, de desejo e sexo) a uma música angulosa, de arestas não polidas, mas intensa e livre nos caminhos que tomava, do registo da balada pop a mais viscerais descargas de energia. Agora, 45 anos depois, e perante tantas reedições que o álbum já conheceu, a nova versão “deluxe” opta por juntar ao alinhamento do álbum e a uma mão cheia de versões alternativas, um segundo disco com o acetato “cortado” a 25 de abril de 1967 com os resultados das sessões nos Scepter Studios e gravações, estas até aqui inéditas, de ensaios realizados na Factory, em janeiro de 1966. Afinal, ainda há factos e sons para descobrir em volta de um dos álbuns mais influentes (e falados) da história.