terça-feira, setembro 18, 2012

Novas edições:
The XX, Coexist

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The XX 
“Coexist” 
Young Turks / Popstock
2 / 5

Aqui está um daqueles entusiasmos que não partilho com a intensidade com que muitos deles falam (e nada contra, que a cada um o seu gosto). Há três anos, o álbum de estreia dos The XX encontrava uma voz num espaço de penumbra feito de uma expressão minimalista de ecos de referências que iam de uns Young Marble Giants ou Durutti Column aos caminhos menos festivos da pop indie de então. Conquistaram quase tudo e quase todos, venceram o Mercury Prize, andou por listas dos discos do ano... Mas salvo alguns momentos de facto inspirados – como o foram Crystalised ou VCR – pouco mais mostrava que a competente expressão de uma ideia, faltando depois vitaminas à composição. Três anos depois é um grupo relativamente diferente aquele que aqui encontramos. Reduzidos a um trio, e animados pela descoberta de alguma da nova música electrónica (que, sobretudo, Jamie Smith, que assina a produção, foi escutando quando andavam pela estrada), apresentam em Coxeist uma coleção de onze novas canções que sugerem uma certa lógica de evolução na continuidade. A assimilação das novas electrónicas é mesmo a mais cativante das características das novas canções, da presença quase subliminar de uma cadência (envolta em drones) de um Chained ao mais evidente expressar de uma pulsão rítmica em Sunset, sem todavia não sugerir nunca uma fresta de luz ou de atmosfera festiva, sugerindo um tenso, mas mesmo assim tranquilo. Estetas por excelência, os The XX voltam assim a mostrar a capacidade de (sem mudar muito, é verdade), definir o patamar para uma nova ideia formal, estabelecendo o alinhamento uma expressão conjunta desse conceito. Todavia, e tal como no álbum anterior, falta-lhes um saber (ou mesmo inspiração) na escrita, as canções sobre solidão, dor e males de alma parecendo um loop, minimalista, que, sem solavancos, leva o barco a bom porto. Há belos momentos, como em Angels ou Missing (curiosamente instantes onde as guitarras respiram algum protagonismo). Há competência na produção. Há uma vez mais a expressão de uma ideia bem vincada. Mas faltam melhores canções... Não é um disco mau! De todo!... Só não me parece ser a maravilha que alguns aqui encontram.