Chama-se, simplesmente, 3. A longa-metragem de Tom Tykwer teve discreta passagem pelo circuito de salas e agora chega ao mercado de DVD local.
Já devemos ter perdido a conta da quantidade de filmes, livros e canções que abordam os espaços da vida conjugal, da exaustão das relações, das frustrações acumuladas na vida a dois... O alemão Tom Tykwer (o mesmo autor de filmes como O Perfume ou Corre, Lola, Corre) propõe uma variação sobre o tema. Parte de Hanna e Simon, um casal, 20 anos depois do primeiro beijo. Exibem todos os sinais habituais da fadiga a dois. Sem o saberem, terão, ao mesmo tempo, uma ligação com um mesmo terceiro elemento. Adam. E este nem imagina que ela e ele são, na verdade, marido e mulher (só recentemente casados, apesar da multidão de anos de vida conjunta). A ideia é uma boa ideia. Os espaços de Berlim até podem ser inspiradores. A presença de Space Oddity, de David Bowie, é coisa de aplaudir. Mas 3 peca por um formalismo excessivo, ideias maneiristas que procuram juntar soluções de design cinematográfico a uma história que, no tutano, tinha em si, suficientes nutrientes para valer por si. Quando Tykwer filma a casa minimalista de Adam ou a piscina sobre o Spree junta, sem malabarismos, um ponto de vista visual. Quando junta, depois, condimentos a mais, distrai (sem nada acrescentar), desfoca, perde sabor.