Crítico de arte, autor da influente série televisiva da BBC The Schock of the New (acompanhada de um livro homónimo), sobre o advento da arte moderna no século XX, Robert Hughes faleceu no dia 7 de Agosto, em Nova Iorque, cerca de treze anos passados sobre um brutal acidente de automóvel que fragilizou, de forma irreversível, as suas condições de vida — contava 74 anos.
No seu país de origem, a Austrália, publicou The Art of Australia (1965), livro que, desde logo, lhe valeu o reconhecimento de uma grande exigência analítica e também um genuíno sentido de polemista. Por essa altura, fixou-se em Londres, colaborando em diversas publicações, incluindo The Spectator, The Times e The Observer. Quando, em 1970, foi convidado para o posto de crítico de arte da revista Time, decidiu mudar-se para Nova Iorque. Entre os seus trabalhos mais célebres e influentes incluem-se: The Fatal Shore (1987), sobre a utilização, pelo império britânico, da Austrália como uma colónia penal; Lucian Freud Paintings (1989), notável álbum sobre um dos obstinados pintores da figura humana; e Culture of Complaint (1993), à letra 'Cultura da queixa', ensaio de admirável contundência sobre a "politização" histérica de todas as áreas da cultura americana, tendo como consequência essencial a degradação dos padrões de criação e pensamento. American Visions: The Epic History of Art in America, sobre a descoberta pessoal da arte americana, foi também concebido como série + livro [video: a abertura do primeiro episódio].
Em 2002, o seu documentário Goya: Crazy Like a Genius foi emitido pela BBC na sua primeira noite de emissões digitais. Em 2006, publicou a autobiografia Things I Didn’t Know: A Memoir. A sua herança pode ser resumida pela expressão usada no obituário publicado pelo Sydney Morning Herald: "Robert Hughes transformou a crítica numa arte."
>>> Os 712 artigos de Robert Hughes na Time.