sexta-feira, agosto 03, 2012

México, 1968



As olimpíadas que a Cidade do México acolheu em 1968 foram palco não apenas para as provas desportivas mas para uma série de acontecimentos que sublinhavam um ano de invulgares convulsões políticas à escala global. Do massacre em Tlatelolco poucos dias antes do começo dos jogos (que deu visibilidade global à luta estudantil mexicana) à postura da ginasta checa Věra Čáslavská (que deixava clara a sua posição contra a incursão militar soviética em Praga no ano anterior), não esquecendo a saudação “black power” dos atletas americanos Tommie Smith e John Carlos na cerimónia de entrega das medalhas dos 200 metros em atletismo, os focos “políticos” marcam a história da edição mexicana dos jogos.

Na primeira edição com cerimónia de encerramento transmitida a cores para o mundo inteiro, os jogos do México juntaram pouco mais de 5500 atletas nas 172 provas de 20 modalidades. A contagem das medalhas destacou os triunfos da equipa americana, com um total de 105 (45 de ouro). Seguiram-se a URSS com 91 (29 de ouro) e a Hungria com 32 (10 de ouro). A equipa portuguesa não teve quaisquer medalhas nesse ano.

A história das olimpíadas de 1968 está registada no cinema. Com dois filmes documentais. Um deles é Olimpiada en Mexico, de Alberto Isaac, filme que chegaria a ter uma nomeação para o Oscar de Melhor Documentário. O outro filme sobre estas mesmas olimpíadas é Mexico 68, do cineasta checo Frantisek Papousek.