Esta é uma imagem (de uma imagem) pertencente a um filme admirável sobre a vida enigmática e inspiradora das imagens — chama-se A Story for the Modlins, foi realizado pelo espanhol Sergio Oksman e ganhou o Grande Prémio do festival CURTAS - Vila do Conde [em baixo: trailer + comentário publicado no DN, 13 Julho].
O júri escolheu Os Vivos também Choram, de Basil da Cunha, como o melhor filme da competição nacional; Manhã de Santo António, de João Pedro Rodrigues, recebeu o prémio EFA (European Film Academy), correspondente a uma nomeação para os Prémios do Cinema Europeu — no site do festival podemos consultar o palmarés.
>>> Exemplo fascinante das possibilidades “romanescas” do olhar documental foi A Story for the Modlins, do espanhol Sergio Oksman (competição internacional). Trata-se de revisitar a história insólita de Elmer Modlin (1925-2003), obscuro e secundaríssimo actor do cinema americano que teve o seu momento de maior glória como figurante da cena final do célebre Rosemary’s Baby/A Semente do Diabo (1968), de Roman Polanski. A partir do espólio da família (em particular muitas fotografias e quadros pintados pela mulher de Modlin), Oksman elabora uma teia de factos e suposições que envolve uma desconcertante asserção: construir a biografia de alguém é um trabalho que tem tanto de observação como de especulação. Vem à memória o jogo de espelhos de F de Fraude (1973), de Orson Welles (que, aliás, Oksman assume como uma das suas referências): a verdade é a mais bela das ficções.
>>> Exemplo fascinante das possibilidades “romanescas” do olhar documental foi A Story for the Modlins, do espanhol Sergio Oksman (competição internacional). Trata-se de revisitar a história insólita de Elmer Modlin (1925-2003), obscuro e secundaríssimo actor do cinema americano que teve o seu momento de maior glória como figurante da cena final do célebre Rosemary’s Baby/A Semente do Diabo (1968), de Roman Polanski. A partir do espólio da família (em particular muitas fotografias e quadros pintados pela mulher de Modlin), Oksman elabora uma teia de factos e suposições que envolve uma desconcertante asserção: construir a biografia de alguém é um trabalho que tem tanto de observação como de especulação. Vem à memória o jogo de espelhos de F de Fraude (1973), de Orson Welles (que, aliás, Oksman assume como uma das suas referências): a verdade é a mais bela das ficções.