segunda-feira, julho 02, 2012

Novas edições:
Twin Shadow, Confess


Twin Shadow
“Confess”
4AD / Popstock  
3 / 5

Foi uma das grandes (e boas) surpresas de 2012, o álbum de estreia Forget tendo mesmo morado entre muitas das listas que em dezembro gostam de recordar o era uma vez do ano que passou. Dois anos depois Confess continua a história. Começou por se apresentar ao som de Five Seconds, magnífico single que recupera o modo de reencontrar heranças new wave que faziam a alma central do álbum de estreia, numa canção com pulsão pop e viço de coisa dançante. Não podia prometer melhor... Mas o álbum não repete o momento em mais nenhum dos temas que fazem o seu alinhamento. O novo disco não é bem um daqueles casos primários de baralha-e-volta-a-dar que lançam por terra quem espera reconhecer as carreiras como uma sucessão de contribuições para algo que se vai construindo. Até porque, ao escutar a forma como pensa as cenografias em Be Mine Tonight, onde novas electrónicas visitam um corpo feito de guitarras, sob evocações de ambientes de inícios de 80, reconhecemos que há novas vias a explorar por George W Lewis (ou seja, o homem a quem chamamos Twin Shadow). Mas Confess parece mais focado numa ideia de arrumação mais cautelosa das ideias que no investimento na mesma ânsia de procura que o levara às formas (e às canções) que escutámos em Forget. Mantém vivos os ecos das memórias new wave (refreando contudo a presença das heranças cold wave que haviam moldado alguns dos momentos mais inesquecíveis do álbum de estreia) e assegura um alinhamento competente que parece procurar uma solidez instrumental mais moldada ao palco que à fragilidade de elementos mais discretos característicos das construções de estúdio. Um pouco como os The Killers, quando passaram de Hot Fuss para o músculo de Sam’s Town, este disco (gravado em Los Angeles) pode levar o músico a um patamar desenhado para plateias mais vastas... A capa vinca a presença do músico e de uma pose de alma rocker... Fiquemos atentos às cenas dos próximos capítulos. Não é mau. Mas depois das promessas do álbum de estreia podia (e devia) sem melhor...