Memoryhouse
“The Slideshow Effect”
Sub Pop / Popstock
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No princípio eram as imagens. Depois a música para as acompanhar... E agora uma banda com primeiro álbum acabado de editar. Em traços rápidos esta é a história dos Memoryhouse, uma dupla de Toronto cuja história remonta aos dias em que Evan Abeele conheceu, por amigos comuns, Denise Nouvion, uma fotografa que procurava música para acompanhar algumas das suas imagens. O trabalho entre ambos começou assim mesmo, acabando por evoluir para a criação de música que, de um ponto original onde a noção de imagem morava subliminarmente na composição, hoje procura um patamar onde essa ligação original cedeu lugar a um outro tipo de liberdade. Lançaram primeiros EPs entre 2010 e 2011, o trabalho textural e a procura de formas caracterizando composições em busca de caminhos, mas sugerindo uma promissora demanda. O álbum, The Slideshow Effect, que agora é editado, sabe contudo a alguma desilusão. Apesar das ideias mais focadas, as canções dos Memoryhouse parecem ter perdido algum do encanto plástico que os EPs antes mostravam. Seguindo caminhos não muito distantes do espaço a que se resolveu chamar dream pop (porém muito longe da excelência das visões de uns Beach House, cujo álbum Teen Dream parece ter morado entre os lugares de reflexão que conduziram a este disco), os Memoryhouse propõem um alinhamento que reduz a carga cénica em favor de uma nitidez no protagonismo das linhas vocais. Porém a voz de Denise está longe de ser o trunfo de uma dupla que acaba com um álbum com menos cores e formas que o que seria de esperar. Há momentos que se destacam, como quando injetam energia rítmica em The Kids Are Wrong ou Old Haunts, onde ecos das heranças de uns Cocteau Twins enriquecem o espaço em torno do canto. Mas quando despem as canções a espaços escutados perto da folk as fragilidades de uma escrita longe de marcante e de uma voz que não brilha a coisa perde cor, brilho e encanto.