Jonquil
“Point Of Go”
Coop
4 / 5
“Point Of Go”
Coop
4 / 5
Já foram seis. Já editaram antes dois álbuns. Mas é agora, com formação reduzida a quatro músicos, e com um terceiro disco editado, que os Jonquil poderão começar a cativar atenções. São de Oxford mas não procuremos arrumá-los numa sistemática regional que os coloque ao lado de uns Foals ou de todo um historial que passe por celebridades locais como uns Radiohead, Ride ou Supergrass . Pelo menos, ao chegarem ao seu terceiro álbum, os Jonquil resolvem procurar um caminho seu, talhando caminhos de uma pop que procura não ser fechada a uma receita única. As canções que fazem o alinhamento de Point of Go acolhem electrónicas (mas sem a dose de camadas de texturas característicos de muitas das propostas chill wave), usam guitarras (todavia contidas na conta da eletricidade) e trabalham as estruturas rítmicas (sem procurar angulosidades excessivas). É num entendimento moderado de elementos que procuram caminhos que não buscam os ganchos melódicos que fazem as canções que constroem as bandas sonoras matinais das rádios. A sua música procura antes escutar heranças mais vitaminadas de uma pop mais nutritiva e estimulante (como em tempos os fizeram uns Haircut 100 ou Aztec Camera), usando a voz aguda (e bem característica) de Hugo Manuel com o protagonismo que se exige a uma banda que procura a sua identidade e não um lugar num movimento ou tendência. Piscam o olho a uma certa luminosidade à la Vampire Weekend em It’s My Part e no saboroso Mexico. Deixam no ar afinidades com os momentos mais festivos de uns Smiths. E um gosto pelo trabalho de carpintaria nas canções como o faziam uns XTC. Point Of Go é, mais que um destino alcançado, um lançamento de uma ideia. Vinca uma ideia de pop de alma indie que vai fazendo falta, garantindo companhia a nomes como os Field Music ou Wild Beasts. E faz dos Jonquil um nome a acompanhar.