quarta-feira, abril 11, 2012
Titanic, 11 de abril de 1912
Eram onze da manhã quando o Titanic se aproximou da costa irlandesa. Ancorou longe de terra e, tal como em Cherburgo, as chegadas de passageiros e provisões fizeram-se por barco. Estavam perto de Queenstown (hoje conhecida como Cohb) e dois pequenos vapores levaram para bordo, além do correio, mais 120 passageiros, na sua maioria emigrantes que tinham comprado bilhete de terceira classe. Em contrapartida desembarcaram sete passageiros. Entre eles um padre jesuíta de 32 anos, residente na região e tinha viajado até Southampton para embarcar no Titanic e viver o primeiro dia a bordo. Telegrafista e fotógrafo amador, são dele algumas das raras fotos da viagem inaugural do navio que, no dia em que esteve a bordo, percorreu de ponta a ponta. À uma e meia da tarde levantaram-se os ferros. E o Titanic avançou pelo Atlântico.
Hoje deixamos a memória de um outro filme retratando o naufrágio, este de produção alemã e com estreia em 1943.
Com produção acompanhada pelo próprio Goebbels, ministro da Propaganda alemão, o Titanic, de Herbert Selpin e Werner Klinger é entendido como um objeto político, atribuindo as culpas do naufrágio à ganância inglesa. O filme projeta a história em volta do conflito que divide duas personagens (um dos milionários americanos a bordo sendo retratado como inglês), que lutam pelo controle da companhia que detém o navio, entre si disputando sonhos de recordes e números. Esta concentração de atenções quase secundariza o drama humano, que todavia acaba por ganhar expressão a dada altura. Muita da ação é concentrada numa sala de baile invulgarmente grande para o que poderia existir a bordo do Titanic.